A instabilidade no ombro é uma condição que ocorre quando a articulação do ombro perde sua firmeza natural, permitindo movimentos excessivos ou deslocamentos anormais da cabeça do úmero em relação à glenoide, que é a parte da escápula onde o osso do braço se encaixa. Essa instabilidade pode causar dor, sensação de insegurança, limitação de movimentos e até episódios de luxação, comprometendo atividades simples do dia a dia.

Essa articulação é a mais móvel do corpo humano, o que a torna também uma das mais suscetíveis a lesões. A instabilidade pode surgir de forma traumática, como após uma queda ou pancada que provoca uma luxação, ou de forma atraumática, em pessoas com frouxidão ligamentar natural ou que realizam movimentos repetitivos acima da cabeça, como nadadores, arremessadores e praticantes de musculação.

Os principais sintomas da instabilidade no ombro incluem dor ao movimentar o braço, sensação de que o ombro pode “sair do lugar”, perda de força, limitação funcional e, em alguns casos, episódios de deslocamento visível da articulação. A condição pode se tornar crônica se não for diagnosticada e tratada corretamente, aumentando o risco de lesões na cartilagem, tendões ou nervos.

O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica detalhada, com testes específicos de estabilidade, e pode ser complementado com exames de imagem, como raio-x, ultrassonografia e, principalmente, a ressonância magnética. Identificar o tipo e o grau de instabilidade é essencial para definir o melhor plano terapêutico.

O tratamento depende da gravidade da instabilidade. Nos casos leves, o fortalecimento muscular através da fisioterapia é a base da recuperação. O foco está em reforçar os músculos que estabilizam o ombro, como o manguito rotador e a escápula, e corrigir desequilíbrios posturais e de movimento. Além disso, é recomendado evitar atividades que gerem sobrecarga ou movimentos extremos durante o processo de reabilitação.

Quando o tratamento conservador não é eficaz, ou nos casos de luxações recorrentes, a cirurgia pode ser indicada. O procedimento tem como objetivo reparar estruturas lesionadas, como o labrum (cartilagem que estabiliza o ombro) e os ligamentos, promovendo novamente a estabilidade articular. A técnica mais utilizada é a artroscopia, por ser menos invasiva e permitir uma recuperação mais rápida.

Se você sente que o ombro está “solto”, sai do lugar com frequência ou limita suas atividades por dor e insegurança, é importante procurar um ortopedista especializado. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para restaurar a função do ombro, evitar novas lesões e garantir mais segurança nos movimentos.